Capa - Sarau

Capa - Sarau
Sarau Equinócio de outono

domingo, 29 de maio de 2011

Becos escuros

Desejo de beijar seus lábios gélidos
tão adormecidos quanto a vida da lua
e integrar-se-á a tímida sombra que nos forma
a tecer nossos sonhos mórbidos e vivos e frios
perante este inverno, estação única e atual sobre a pele
de uma paixão erguida entre nossas almas.

Deixe ser o lavrador da tua carne
a ser o chão a pousar meu corpo!
Roçar você nos becos escuros da cidade em silêncio,
sinta a noite se aproximando e esquecendo do amanhecer!
Abrace o corpo, cela de vida sacramentada pelo amor!

Onde escondem os corações e suas cargas nas almas?
Quero está trancado contigo em um portal enfeitiçado
da magia nobre da nossa carne e osso.

Um dia, da lapidação a exultação entregue o gozo.
Deixe nossas almas lapidar esta paixão ao amor!
Não sejamos tímidos nestas sombras que nos envolvem
e não haverá sentidos gélidos e nem mórbidos e frios entre nós.
O amor que pensamos ter morrido em nós, ressuscita por nós.

Quero está fora das razões, do mundo, do medo de amar
pelos passos que me guiam dos meus pés ao teu corpo, teu ser.
Nossas almas iluminam o brilho do amor nestes becos escuros.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

A voz no deserto

Nas ruas desertas de almas vagas
naufragam palavras e solilóquios em suma ignorância
de miséria em preguiça da excitação das massas cefálicas
desta cavidade e vaidade de manterem-se em imagens pagãs
em plena busca da sabedoria cultural e humana poralizada nos corpos destes homens.
Estes homens que me excitam a escrever poesia.
Estes ventos que vem entre as pernas dos homens
que esfriam e esquentam minha alma transcendente.

Passam as idéias desertas da lapidação destas mesmas.
O sangue que escorre carrega sua verdade
história a mais de uma matéria, corpo tão humano.
Almas caminhando no deserto e me levam na multidão
e no mútuo tempo percebo que existem homens impares e pares da vida.
Me assusta e admira, simpatizo com cada um
simpatia grande e as vezes simpatia vaga.
Almas expostas pelas ruas numa dor elegante
perante a poesia mundana,
tragam a canção perdida e meu amor a mim
e tragam uma gota de sabedoria infinita a esta carne!

Oh, futuro presente não me deixe perdido na ignorância dos homens
e não me deixe ferido pelas mãos destes mesmos!
Eu amo e odeio estas pilastras que são empecilhos
e amo em simples amar a minha condição enquanto homem!

domingo, 15 de maio de 2011

Partido

Ouça da minha tímida boca um partido
a partir o ar em palavras lâminas
das partes moleculares e vagas do ar,
desta boca exala o cheiro tonto de vinho
um salton rosé demi-seco a embriagar as palavras e a noite
partindo o gosto final deste dia até a meia-noite!

O partimento dos fonemas agora frios
e banhados sobre a luz lunar no ar frio,
ar partido laminado por palavras rudes,
mas ar laminado por vitórias
perante o retorno ou ressurreição da humanidade.
ar tímido, silencioso abrace esta carne urente
desde o banhar da água até o calor do júbilo!

Partido do ar, altar particular dos sonhos
altar do meu eu perdido entre roseiras
altar da voz, da mais bela voz de toda representação
que apresenta a emoção e a alma da canção.
Ar, altar de todos humanos diferentes e mediocres
ouça minha voz tímida de poeta que sonha ser poeta
num altar imortal dos sonhos e vida!