Capa - Sarau

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Sarau Equinócio de outono

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Renascer

Você esta me renascendo da exausta solidão
 e meu corpo nadou ferozmente até esta superfície
 onde o sol da paixão brilha sobre meu corpo
e o  frio que me envolvia de outras épocas se abandona neste oceano.

Meu corpo sente seu próprio calor
circulando em espirituais sensações
a sabedoria do tempo renasce a crença que se esfriou em nós
e meu corpo irmana nos amados sentidos de poder amar de novo.

Espero o atrito dos nossos corpos e almas
a compartilhar nossas respostas mútuas na noite que nos aguarda
despejar a poesia que nos favorece de sorte
de uma dramaturgia única do destino.

Vamos nos selar um ao outro em beijos
e nossas almas afirmam um novo acordo de amor
quando meu corpo e o teu serão sentinelas mútuas
e nos protegeremos aos empecilhos e ventos frios das relações humanas.

I will survive.

domingo, 18 de setembro de 2011

Fanatismo da poesia

Quem te deu a visão de coruja do mundo?
A poesia
Quem te propôs idéias a te tecer?
A poesia
Quem te ensinou passos únicos e com coragem?
A poesia
Quem te mostrou os sonhos a todo tempo?
A poesia
Quem te carregou nos braços na infância de sua sabedoria?
A poesia
Quem te pariu a este mundo audaz?
A poesia
Quem que te gerou?
A orgia,
entre as contrações vaginais da minha mãe
e o dia certo do seu ciclo feminino,
entre os movimentos repetitivos do pênis do meu pai em louco desejo,
entre o conflito de milhões de espermatozóides no único ovócito no útero de minha mãe
no mútuo prazer do orgasmo da minha mãe e no gozar do meu pai,
desta orgia que rima tão bem com poesia.
Sabe quem foi?
Foi a poesia,
esta fanática poesia que me gera todo dia.

domingo, 11 de setembro de 2011

Singela

Passa a vida em seu paraíso e inferno,
em suma singela beleza.
Observei a singela borboleta se libertar do seu útero
panela que cozinhou sua evolução.
Sai do casulo tão tímida.
Se forçando a se equilibrar no teto
nas suas escuras asas um brilho de novo.
Vida nova e um mundo novo para ela.
Nesta borboleta eu me encontro a viver no mundo em busca de equilíbrio
e viver preparado para tudo.

Me libertei do casulo.
Chego ao chão.
Posso rolar em pedras, em rosas,
em lágrimas, abraços, em orgias,
em possibilidades, em porras, beijos,
em um novo tempo e outros casulos a aprender e ensinar.
Vou me rolar em você mundo,
visão horizontal  e vertical da natureza.
Quero me rolar em você amor,
sensação de carinhos, de eternidade, de desejo
e me encontrar no nosso casulo coração
a realizar a troca do que está dentro dos nossos corações
serão puros sentimentos, singela vida.

domingo, 4 de setembro de 2011

Impressão

Talvez terei que imprimir nestas páginas uma nova ilusão
nas páginas do livro que escrevo
folhas amarguradas como pedras carregadas por Marx em Dachau
pedras resultado do devaneio lúcido.

Imprimir nestas linhas meu calor, meu devaneio,
meu desejo e minha usurpação.
Páginas estranhas e sós de palavras duras como pedras.
Páginas ilusórias deste presente que se traça
na estribeira do tempo das decisões.

Tenho que imprimir minhas digitais
de uma forma que não são digitais
são o toque da minh'alma expressando suas palavras
de uma voz desconhecida entre os ventos que suspiram na minha pele.

Imprimir sensações semelhantes
as mulheres tomando licores em espirituais odores
bebidas sem cores, indolores
repugnada em calores.

Imprimir minha imagem magra
no balé das desilusões,
dançando impressões, sensações, desejos.
Me imprimir nas novas páginas  a escrever.
Me imprimir nas ilusões e desejos, desilusões.



quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Cela contra miséria

Os momentos de insanidade são lindos
são a prova da humanidade e vida
e são a cela contra a miséria humana, meu maior medo.
É onde se aproxima do encantamento espontâneo
como Vasco em "A outra margem"
em meio a sua síndrome de down encantava num teatro único
no teatro onde não há horizontes e nem o fim dos sonhos
no teatro onde todos podem serem amigos
nas infindas margens de ser feliz
e entre as cortinas todos diferentes são normais e humanos.
É um encanto natural como o sol e a lua,
como todos os amantes dos astros.
No teatro todos podem serem pais, filhos, amantes.
Na vida todos são sonhadores e são os sonhos realizados.
Na insanidade a alma retorna ao mar da felicidades e pureza,
onde não preciso me julgar para intuir ser normal ou semelhante
ou blasfemar ser normal ou igual, este o único sonho sem possibilidades de ser real.
Mas ser igual seria um pesadelo eterno,
seria limitado o saber e os carnavais dos sentidos humanos.


* A outra margem é um filme português fabuloso, propõe uma visão fascinante sobre a síndrome de down e muito mais.