Fui tecido
e proclamo isto neste presente temporário.
Esta vida
tem que declamar poesia como foi ensinado desde o escrever ao se propagar no ar.
Aprendi
isto a mais de 20 anos.
Foi quando
as contrações vaginais de minha mãe
Já ritmava
o declamar da poesia
E eu
escrevia versos na parede do seu útero quente.
Hoje,
realizo este trabalho eterno
De declamar
a vida na poesia
Este ritmo
que move é de sede e de fome da poesia
Com a
injúria das pessoas ao meu redor que reclamam da minha voz grave chata.
Meus caros,
não é minha culpa
A culpa
é do útero que me deu paredes como papeis
E me
encaminhou sons de contrações como melodia
E foi
lá que aprendi e quis aprender a todo instante
Para chegar
a este mundo com a mesma sede e fome.
As
contrações podem até ter ritmado a minha dança
E danço
entre o rural e o urbano
E qual
será o mundo do futuro?
Será o
rural porque este meio será implorado pelos homens
Daqui
a algumas décadas, décadas próximas, meus caros.
Sabem,
o útero também é o meio do futuro
Este é
eterno do pretérito, presente e futuro que nos tece.
O útero
é o mundo de um feto, de fato!