O tempo com seu perfume de acaso
Com seu rosto na imagem da palavra
Com seu sangue nas águas dos rios
Com seu olhar na morte de uma virgem.
Carismático e enigmático se tornou patético
Foi rolando nos relevos do rosto e agilidade dos passos
Se camuflando em
rugas e bengalas inacabadas
Se infiltrando no corpo pelo suor da caminhada.
O tempo tornou alguns reis e escravos amenos
Se serve, se dar, se recebe, se doa e se é
Logo ele com seus instintos abençoou o trabalho
E no seu rosto brotou um sorriso no jardim.
Falido e ressuscitado seu relógio marcou passos
Desenhou direções, crepúsculos, precipícios e auroras.
Com o perfume, rosto, sangue e olhar longínquo
O poeta nasceu como o perfume das palavras.