Rosa dos quereres

Tu me queres

E queres-te

A mim como eu posso te querer

Querendo

Nos quereres.

Os ambos quereres

Querem

Corpos suados e quentes que querem

Gozar nova essência e como querem,

Eu quero.

O querer

É o desejo que te quer

E o teus instintos me querem

Eu sinto que quer

E de novo eu quero.

É a flor do dia que quer

Desabrochar sua beleza  e quer

Liberar seu perfume que quer

Conquistar o amante querendo

O poeta também é rosa de quereres.

Glóbulo transcrito

Sente aqui!

Se esquiva ao eterno, amante.

Seja amante interno

Exteriorize suas moléculas

Transforme-se em suor!

Cada abraço é quente e errante

É sensível.

Ó cálido amante se entregue as energias

As ondas do quarto a dois!

Silêncio, para cada energia celular

É vida nos tornando líquidos

Eterno suor queimando a pele a noite

Marcando o corpo

Pulsos presos no instante.

Cada palavra minha é um glóbulo

Me transcrevo ao papel

Retiro minha forma orgânica para ter poesia

Pois minha vírgula

É minha palpitação cardíaca.

Narciso

Ah minha cópia de Narciso

Tens andado por caminhos sombrios

Tens se atrevido a conhecer minha alma

Tens encarado a fundo meus olhos

Como se pesquisasse uma fagulha do meu espirito

Só te peço calma que em minha alma há pontas de agulhas e vidros

E as vezes sem o temor da surpresa podes se cortar.

Serás fagulhas expostas aos meus olhos

Guardo um espirito enigmático e a poesia é minha alma

Juntos têm arquitetado horizontes que previ,

Mas não pus os  pés.

Falhas humanas me arrepiam,

Cadências ferrenhas podem machucar

E ao invés de guardar me resguardo de muita coisa.

Ah Narciso não perca seus sonhos e desejos,

Enfrente seu olhar e encare suas expectativas errôneas.

Boa noite, e cuidado quando estiverdes no seu lago

Quando encarar ao espelho da alma.