Capa - Sarau

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Sarau Equinócio de outono

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Útero V


Deitado no colo materno quente de humanidade
Respirei sobre tua pele de infinito amor
E reconheci o cheiro da infância escondido em mim
Entre carinhos espontâneos de suas mãos
Entre inspirações do seu olhar castanho

Retornei ao útero da minha mãe
Estagnei, penetrei, renasci em ti
Voltei a respirar e energizar pela placenta
De lá assistir minha vida até aqui
As imagens me pariram de uma vez

Me vi, me senti, me reconheci no dia de hoje
Desse circulo respirei cada momento vivido
Desse ciclo entendi cada traço em mim
Entendi cada virgula que para minha fala
Percebi o quanto sou feliz, ó amor maternal

Toquei as paredes de mim tão vibrantes
Arranhei a bolsa que me envolvia
Num sufoco dantesco rasguei aquela porta humana
Sai entre a carne, entre as partículas do mundo
Entre o chamado da vida para ser poeta.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Titulo vago


 O que move os meros poetas do aqui
Não é tão somente a esperança de liberdade
A magia da escrita por mãos humanas
E nem o encanto de trocar olhar com a inspiração

O que move os meros poetas mortais
É a incansável busca de conhecer,
De tocar o ápice do ápice do amor
E que no fim enxergar um ápice mais além do agora

O que clama no poeta aqui
É um cão feroz que rasga lhe a carne
Que ruiva no corte do peito fraco
Sua oratória de oprimido animal da arte

O que se finaliza entre tantos recitais
A moldagem acrobática de ser artista
É instinto animal de marcar sua existência
Numa força sutil, porém feroz no mero ponto final.