Capa - Sarau

Capa - Sarau
Sarau Equinócio de outono

domingo, 15 de dezembro de 2013

Welcome to Burlesque



Bem-vindo ao cabaré!
Onde virgens cantam poesia
Perdem os pecados e se tornam santas
Homens que se ajoelham a elas
Imploram por seus corpos
Por suas benções, seus cálices.

E aquela ali fala baixinho:
“Bem-vindo meu caro,
Aqui jaz o esquecimento da sua família
Aqui jaz a solução dos números do seu escritório
Aqui jaz seu vale de prazer
Quando retornares ao seu lar, esqueça esse mundo
Me esqueça e ame sua esposa”
Ela dança como o vento
Se ergue no palco como um cisne.

E aquela outra comunica com olhos
Olhar penetrante, sincero e incomodo
Estuda cada movimento e cobiça cada nota
Põe ao canto quem a ela se reparte
Ela com um aceno despi aquele homem
Se diverte com tudo isso,
Pois teu olhar tem o ato de contrair sua vitória.
Pois teu olhar contrai de si o abandono do amado.

Diz a rainha do espaço com seus cabelos de noite
E sua voz de acaso:
“Denigrimos as leis estúpidas
Denigrimos, antes que nos matem sobre proteção
Denigrimos nossos corpos, antes que sejamos impedidas de senti-lo
Denigrimos suas carteiras, antes que nos falte o que comer
Denigrimos através da porta, o âmbito e a sociedade
Antes de tudo, fechamos para o mundo nossa arte
Nossa liberdade, nossos sentimentos e nossos amores
Antes que nos arranquem os filhos, o útero e nossas lembranças
Aqui somos mulheres séculos a frente de nossas mães”

“Dizem que somos espíritos sujos,
Sinto cada dia a elevação
Me elevo ao supremo,
Reencarnei uma vida após entrar por essa porta,
Aquela antiga vida, acho que a esqueci
Lá já não me pertencia e aqui exerço minha arte,
Aqui, sou poeta puritana”

Bem-vindos aonde tudo é um
Ao mundo que os olhos da Terra não enxergam
Naufraguem nesses corpos e descobrirás que o reino daqui é maior que um cabaré.
Bebam o vinho em taças e nos corpos
Bem-vindos ao cabaré
Bem-vindos aos gozos da trindade
Ao cálice das damas desposadas
Bem-vindos ao cabaré das suas mentes,
Onde tudo é criado, sentido e gozado.