Capa - Sarau

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Sarau Equinócio de outono

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Síntese

Sintetizei esse tempo inverso e incrédulo
hoje, os segundos agem de forma preguiçosa
ao ponto de que o dia parece um sono atormentado
em que sem dormir, sonambulamos perante o sol
e o descanso implorado pelos poros ainda quentes não há
perambulo no ponteiro atrasado, atrasando minha iniciativa
logo não iniciei meu dia, apenas estive nele
não o estreei, apenas compareci sem noção disso
como faísca voei nessa existência entre o meu ego e o eu
e logo não me encontrei em nenhum deles
talvez fosse a força gravitacional incoerente que me pós no dia
sem dar-me por isso, minha alma não está fértil hoje
nasci entre o silêncio da espera e o cais do útero de minha mãe
entre a placenta e lágrimas virgens de um bebê, doei-me a vida
arremessado ao mundo e sendo segurado pelas correntes do amor
aquelas ligadas a meu pai e minha mãe que me guiaram e me prendiam ao mundo
impedindo-me de alcançar o mundo dos espíritos
meu corpo se sentia em casa estando no mundo
e minha alma queria conhecer a outras almas
enxerga-las e abraça-las sem ciência de cada gesto
de cada afeição desses sentidos exatos
arremesso a mim mesmo minha vida para que me pese
que me canse, que fortaleça a sustentação de minha alma
que me doa e que me fale em tons leves que a vida é poesia.

domingo, 2 de novembro de 2014

O negro do nada

Nada 
É tudo nada 
O nada do nada 
O equivoco do nada 
Símbolos são símbolos
 Neles não são carregados seres 
As ações são esquecidas 
E logo o amor pensou em se estagnar 
E o ritual humano para tal sentimento? 
Se equivale ao símbolo, a nada 
Nada do amor aqui 
E nada do buraco negro do nada 
juro que ao encontrar o nada 
irei enfia-lhe a espada da relva do meu rancor 
e com toda raiva que abriga meu peito  
irei transformá-lo em sangue do oco 
nada me impede, nem o cordão de Gandhi 
e as fitas de Ogum, a esfinge de Deus 
a posição de Buda e cabeça de Krishna 
e nem a poesia do cio da terra 
conseguirão parar meu salto no negro do nada.