Capa - Sarau

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Sarau Equinócio de outono

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Sobremesa


Hoje eu estou uma sobremesa de ‘por quês’
Depois de ter me alimentado de vida que acaba de acordar
No ambiente e alimento engordo de novidades.

Enxerguei a todos como esqueletos,
Todos estes homens zumbis que usam estas carnes, pele e pêlos como roupas
Todos são semelhantes num quase igual.

Alguns esqueletos que se vestem de mulheres rebolam
E administram seus ossos de uma forma doce, elegante
Outros ficam na estribeira nem doce nem azedo, mais social.

Alguns esqueletos se vestem de homens
E pisam, com os ossos de base, forte
Avisando que chegou e querendo impor que suas ligações químicas são resistentes,
Quando todos estes esqueletos foram bem modelados e formulados.

Senti no esqueleto que interpreta um louco nessa peça da vida
Que ele é um poeta em grau superior aos demais
E que suas poesias que rangem em suas cartilagens passam muitas vezes longe do nosso conhecimento
 E suas poesias vivem num único enredo ao vivo para os que se estréiam junto a ele.
Por que esta poesia não é guardada em registros de celulose?
Por que não os eternizar nas suas avançadas falas?

Me alimento da convivência humana e me satisfaz
As vezes meu corpo e sua vestimenta parecem engordos de tudo isso
 E neste ponto me dá uma fome que parece me matar,
Saiu para me alimentar,
Acordo para me fartar.

Assisto aos movimentos em cálcio e luz almática.
Sugo, cada gesto e cada conflito
Como, cada palavra e cada sentimento.
Tento fingir que entendi tudo.
Na minha mente vai se batendo a massa dos ‘por quês’
E o forno vai esquentando e esta vida é o tempo de reconhecer se a sobremesa está pronta
Tem de ser sobremesa a deliciar no final desta alimentação vital.

Estes ‘por quês’.
Por que aquele pai estuprou sua filha?
Por que aquele jovem matou outro jovem por ser gay?
Por que alguns desprezam as roupas que vestem os esqueletos perante suas várias cores?
Por que seres desejam impérios ao invés de fazerem suas sobremesas de sentidos e entendimentos?
O por que desta fome de entender estes ‘por quês”?

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Homossexualismo (intolerância que o cerca)


Vida que inicia-se no útero
Vem de um grande desejo da mãe e do pai.
Desejo tão bonito, sonhado num gesto ignoto.
Baseado na vontade de se dizer “ sou pai, sou mãe”
E de ouvir a vida inócua dizer “papai ou mamãe”.
Um desejo talvez que busca um sonho imaginário
E não foi desejado a vida e seu ser                        
Que enquanto vivo e conhecedor de si
Vibrará constantemente pela felicidade
Que o pulsa de desejos a realizar
E incorporar numa vida saudável perante a todos.
Enquanto os pais que não se lapidam
A serem bons pais com filhos postos no mundo para serem humanos,
Apenas humanos a serem amados e respeitados por seus pais
Porque os filhos nunca esquecerão o cuidado enquanto foi dado por eles.
É preciso antes de todos humanos desejarem filhos
Estarem preparados a os amar e aceitar da forma que são como a si próprios.
Há tantos pais que desejaram do útero o boneco heterossexual, bonito, obediente
Semelhante a eles ou a serem como eles.
Mas por vontade sublime a fábrica de robôs não foi aberta ainda.
Logo no início da vida, no desejo de filhos
Há um minucioso abandono para tantos postos e ignorados
Pela projeção do filho ideal, do humano viável.
Nunca pensaram no amor ideal,
No sentido verdadeiro de ser pai, mãe.
Logo os pais, primeiros seres que participam de uma vida dada ao mundo,
Não pensaram no verdadeiro amor
E respeito para o filho.
A ignorância é uma intolerância.

Parte a vida para o mundo
Em uma forma ignorante aos conhecimentos gerais,
Chega-se ao instituto educacional
Também fragilizado para receber humanos.
Em tantas escolas, educadores quase todos são pela metade,
Educam apenas a matéria incorporada aos livros e não tentaram a matéria da vida,
Talvez porque não tiveram e não interessaram em aprendê-la.
Talvez a percepção dos educadores e de outros do convívio educacional seja preconceituosa
E seus escudos de preconceito sejam fortes
Mas a vida é forte o bastante para viver!
Criou-se a casa de ensino, mais uma vez,
Programada  para os seres idealizados pelos seus fundadores.
Nestas casas trabalham-se o sistema educacional
Para uma sociedade inexistente,
Queriam eles: uma sociedade igual sem diferenças sociais, religiosas, sexuais, fonéticas.
Não criou-se a escola de robôs em que todos sejam iguais
Ao corpo e ao cérebro a carregar informações e atitudes iguais aos demais.
Não criou-se a faculdade formadora desses educadores
Que os ensinassem a educar seus alunos
Fazendo com que eles aprendam direitos civis e humanos
E que tenham um olhar humano.

Este mundo se mostra não preparado para este mundo.
Ele destrói com suas próprias mãos a natureza
Existente desde os primórdios da sociedade
E brutaliza seus seres feitos de sua mesma matéria.
A sociedade trata o homossexualismo
Como a diferença insuportável, inexorável a vida humana.
Mas para a formação química e sua decomposição é igual a todos nós.
Pode-se dizer que em todas famílias há homossexuais.
Então, discriminam a própria raça!
Estas discriminações e  agressões físicas e verbais atrapalham a vida dos homossexuais
E dos transexuais que buscam a séculos o respeito
E o reconhecimento de que somos todos iguais,
Esta é  a vida animal em que o desejo sexual e afetivo
É o complemento da existência,
Existir consisti em ser feliz a todo custo.
Os que desprezam são os que põem no mundo os seus alvos de repugnância.
Eles põem-se como criadores do mundo
E querem decidir tudo o que acontecerá as demais vidas,
Como se comportar, ao quê beijar, a quem transar e ao quê desejar;
Em suas vidas não foi decidido nenhum de seus comportamentos pelos os que são desprezados.

Humanos não criar-se-á robôs a vos realizar.
Humanidade, fidelidade e amizade são a base de uma vida que se honre em dizer humana.
Estamos cansados da ignorância que atravessa esses séculos.
Eu falo em nomes de todos e da vida,
Chega! Não percebem que é  insuportável este convívio hediondo e ridículo?
Que a voz que fala seja de um homossexual,
Uma transexual, um heterossexual ou de um bebê,
Porque este discurso deveria está na boca de todo ser que se põe como humano. Chega!
Eu vou me impor  e pôr todo este ser por este discurso,
Neste diálogo que implora e necessita se realizar
Para que os direitos de ambos sejam respeitados.
Humanos não venham tratar-nos como aberrações!
Beijar a boca do sexo oposto não é diferente da do mesmo sexo.
Transar com o sexo oposto não é diferente com o mesmo sexo.
Em comum a todos nós é que o caminho que buscamos é o mesmo,
É a estrada onde o final se encontra a felicidade e o prazer, o convívio saudável.
O fruto deste desprezo torna graves problemas sociais para este mundo:
Jovens abandonam escolas por serem desrespeitados, ridicularizados  e não encontrarem apoio no sistema que deveria lecionar todos os animais humanos com a sabedoria que todos são iguais.
Homens que não se encontram no corpo masculino necessitam transformarem-se a o corpo de forma feminina para se sentirem bem, são ridicularizados e muitas vezes não se encontram numa brecha social e são obrigados enquanto transexuais a se prostituirem para sobreviver.
Em comum nestes dois fatos é o abandono familiar, muitos são expulsos pelos próprios pais e outros não suportam o ambiente preconceituoso que os envolve e opinam por morarem sozinhos ou com uma companhia de quem os respeite, perde-se o direito até da família.

Chega! Precisamos de convívio com todos como a maioria tem.
Chega! Não devemos sermos excluídos de tantas leis e da sociedade.
Queremos um tratamento igual até em que o dia sonhado pelo país do gênio chegue, é o dia em que todos respeitem uns aos outros e as diferenças não sejam tratados por ninguém como a praga do mundo, pois se pensar assim, todos sem exclusão são pragas do mundo.
Chega de intolerância, humanos!

sábado, 10 de dezembro de 2011

Viajem bruta



 Nas trilhas e trilhas das florestas.
Cavalgadas guiadas na sabedoria rara.
Inquietude da razão vivida
Em busca da razão merecida.

Alguns homens foram em seus cavalos
Lutar pela liberdade dos negros.
Alguns condes, senhores, estudantes,
Doutores, padres, homens justos.

Nas sombrias trilhas verdes,
Cheiro de vegetação,
Brilho de ouro
E picadas de insetos.

No alto mar foram trazidos os negros
Das terras africanas
Em meio aos enjôos no alto mar
E a dúvida do futuro bruto.

Alguns homens, muitos, morreram
Na luta pela razão.
Homens estão postados na consciência negra
Carregada pela história da humanidade.