Capa - Sarau

Capa - Sarau
Sarau Equinócio de outono

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Ouça

Ouça minhas palavras eloquentes.
Palavras que desejaram a eternidade,
Desejaram  a ti numa desobediência a ti.
Palavras que não aceitam a verdade
E vibram apenas pela minha vontade.

Ouça minhas palavras febris.
Palavras que construíram projetos,
Construíram um destino para nós e nada se fez.
Palavras que não esquecem a felicidade
E amaram a ti numa força de igualdade.

Sinta o amor que te dou
É igual ao que você me deu durante noites.
Amor, amor é sublime e febril.
Amor, amor é assassino e parteiro.
Morrer nos braços do amor é a felicidade sublime.

Ouça minhas palavras escritas em folhas mortas.
Palavras que ressuscitam o instante,
Ressuscitam a minha e tua carne.
Palavras que vivem sem idade
E morrem sem a verdadeira cristandade.

Ouça minha palavras que operam desta língua
Que tu sentiu no atrevimento perfeito.
Ouça as palavras, as palavras
As minhas palavras.
Ouça as palavras batendo nas paredes
E ecoando seu nome, amor.

Ouça minhas palavras guerreiras.
Palavras que lutam diante de tudo,
Lutam sozinhas num espaço ao meu lado.
Palavras que guerrearam para a felicidade
Ao teu lado apenas a sociedade.

Ouça minhas palavras sinceras.
Palavras que você pode confiar
Pode guardá-las se quiser.
Palavras que só existiram para tua languidade
Esta personificação deste nosso romance é uma raridade.

Simplesmente amei teu ser como ao meu.
Amei cada sucção, cada beijo, cada palavra,
Cada olhar, cada abraço, cada mensagem tua.

Ouça minhas palavras que nascem para ti
E guarde as que já nasceram
Ou apenas ouça minhas palavras, as palavras,
As minhas palavras.

domingo, 2 de setembro de 2012

Luna luzindo Luiz


Ó lua, por que tudo és?
És presença única e invejável no céu escuro
Naufragada nesta escuridão teu brilho remete raios
São direções dos bilhões de olhares que se encontram na tua luz

O azul te doma esta noite
Ou é o mar que foi te vestir neste frio?
O teu prata azulado lembra o nascimento
De quando o poeta nasceu inspirado sobre tua existência.

A roupa que te veste ilumina o castanho presente no meu olhar
Agora me visto com sua luz
Minha roupa é única porque é tua roupa lua
Meu corpo se despiu de vagar para tua luz materna me cobrir.

Pintura do teu corpo no olhar pousado sobre ti
É fotografia que fingi ser tua vida de lembrança
E a minha nudez dispara para ti em palavras e roupas
Me vista! Cubra meu corpo branco e contraste meus pelos e relevos!

Cada poro meu é um dia de sua existência
Do gozo que você derramou na noite
E aliviou o cansaço do dia
Cada poro é marca da nossa comunicação.

Por isso agora me ajoelho para ti
Me calo e ouço o movimento do meu sangue
E as reações químicas do meu corpo
E isto é minha oração para ti, minha oferenda.

Toma meu corpo despido sem as desgraças terrenas
Sinta meu coração que te entrego
E vista todo meu ser na cerimônia da nossa benção.
Me abençoe lua a cada dia, a cada noite!