Capa - Sarau

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Sarau Equinócio de outono

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Cristais ósseos

Toco as minhas costelas como se fossem cristais frágeis
Mas elas são a fortaleza que asseguram as explosões da minha bomba cardíaca
Protegendo das implosões do meu peito magro
Elas rangem com palavras como placas tectônicas em busca da próxima colisão efetiva e bum
Explosão de palavras que não sei de qual cristal se libertou
Colisões para o esterno que separa as zonas desses cristais fortes
A resistência óssea protege a explosão desse segundo
Todo esse vulcão que vem sendo formado, desde o tempo que a poesia me visitou ao olhar pros olhos castanhos da vida
As vezes passageira, sinto seu cheiro distante de leve e a sinto pouco
E minhas mãos anseiam por sua carne voluptuosa a compartilhar nossas energias
A entender o soneto de suas costelas luminosas, e  relembrar a distância dos degraus da esplêndida e inquietante crença de ser poeta
É revirar o baú da alma e nada achar, teimar em continuar a procura, porque assim acredito que ainda posso ser poeta

A poesia é fingidora e nos faz fingir sermos poetas.

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