Capa - Sarau

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Sarau Equinócio de outono

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Pingo

Quem está na chuva,
é pra se molhar.

É pingo de raça, é pingo de ideia.
É pingo de tudo, é pingo de nada.
É pingo de conceito, é pingo na cara.
É pingo do que somos.

Pinga no temporal do vendaval
e hidrata todo mal.

É tempo de falar, é tempo de amar.
É tempo de gritar, é tempo de não escutar.
É tempo de revelar o segredo encharcado.
É tempo do que vivemos.

Quem está no mar
vai se afogar.

E a onda é sem piedade, é sem conceito justo,
onda de água, onda de força,
onda que mata, onda viva.
É a onda que nos banha.

É pingo de mim, é gota fraca.
É pingo de chuva, é gota triste.
É pingo humano, é gota da raça.
É pingo da vida.

Vou me afogar na imaginação,
na intolerância,
na hipocrisia,
na intolerância sem noção.
Vou me afogar nas ondas da sociedade.

Vou nadar em contra os desejos,
contra o vento
que lamento
contra os toques eternos
que a chuva ousa nos dedilhar.

É pingo de atrevimento, pingo de raça.
É pingo social, é pingo do canto.
É pingo do amém, é pingo de nada.
É pingo de se afogar.

É pingo da tempestade a enfrentar
e sair intacto.
É o pingo da chuva.

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