Olha que mulher forte
negra guia baldes, vassouras, flanelas,
água, sabão líquido e em pó, cloro e bom ar
deixando casas limpas, cheirosas, bem aparentáveis.
É uma negra faxineira que sai cedo pra pegar ônibus
no calor do busão na textura dos corpos com bolsas e sacolas
trabalhadores, estudantes, humanos no calor da poesia simples .
Esta negra forte que das suas faxinas
me deu o que comer pra viver
para que eu pudesse comer outro alguém e ser comido pelos olhos
como ela se deu ao prazer deste desejo com meu pai.
Negra linda em passos audazes me deu futuro do presente da faxina,
me deu escola, me deu roupa, me deu chão,
me deu cura, me deu caderno de poesia, me deu busão.
Esta negra mãe me apresentou a poesia da poesia da pele negra
me deu simpatia que sinto com todos e suas belas diferenças.
Eta negra de chão audaz,
me deu paz de ser capaz.
Poderia dizer o já dito nos poemas
mas a característica de ti minha negra
é minha conjugação de negra de chão audaz.
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