Capa - Sarau

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Sarau Equinócio de outono

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Útero II


Fui tecido e proclamo isto neste presente temporário.
Esta vida tem que declamar poesia como foi ensinado desde o escrever ao se  propagar no ar.
Aprendi isto a mais de 20 anos.
Foi quando as contrações vaginais de minha mãe
Já ritmava o declamar da poesia
E eu escrevia versos na parede do seu útero quente.

Hoje, realizo este trabalho eterno
De declamar a vida na poesia
Este ritmo que move é de sede e de fome da poesia
Com a injúria das pessoas ao meu redor que reclamam da minha voz grave chata.
Meus caros, não é minha culpa
A culpa é do útero que me deu paredes como papeis
E me encaminhou sons de contrações como melodia
E foi lá que aprendi e quis aprender a todo instante
Para chegar a este mundo com a mesma sede e fome.

As contrações podem até ter ritmado a minha dança
E danço entre o rural e o urbano
E qual será o mundo do futuro?
Será o rural porque este meio será implorado pelos homens
Daqui a algumas décadas, décadas próximas, meus caros.
Sabem, o útero também é o meio do futuro
Este é eterno do pretérito, presente e futuro que nos tece.
O útero é o mundo de um feto, de fato!

2 comentários:

  1. Eu sou um fã confesso de poetas!
    Acho a coisa mais linda dizer tanto em tão pouco. Eu não tenho esse dom, definitivamente!

    Primeira vez que venho aqui. Dei uma olhada, mas não li tudo ainda!

    Sua última postagem, "Nulo" quase me abalou! hehe

    Parabéns pelas palavras tão lindas! Sucesso pra ti.

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  2. Muito obrigado, encontrar de vez em quando um comentário ou amigos chegarem a mim e comentarem positivamente assim é o que me motiva a dar vida a este blog.
    Sou um fã da poesia, um fascinado aliás.

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