Capa - Sarau

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Sarau Equinócio de outono

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Cura


Bom dia rotina que nunca se repete!

Hoje esta criança nula se estagna no esplendor de infância,
De descoberta dia-a-dia
De ser portadora de uma voz inocente
E por trás desta inocência transando seus desejos, sua intenção.

Cheio de medos e incertezas das rotações das rotinas
Esta criança medrosa segura firme na mão da poesia e caminha
Desfilando em brincadeiras, cirandas.

És criança corajosa, já enfrentou seus piores medos
Com um tremor interno e o coração acelerado que parecia que se calaria,
Mas não, falou com esta língua  e olhou olho  a olho.
Sonhou  e se realizou e se despediu de alguns sonhos,
Se despediu de pessoas, crenças e realizações.

Esta mão quente que me afaga enquanto durmo.
Me guia enquanto prossigo nestas ruas incertas.
Me predestina nos relevos deste mundo.
Ah, grandiosa! Sua mão quente esquenta a minha
Que não sente a tempos o calor de uma paixão real.

Grandiosa mãe com suas próprias mãos você me pariu,
Me trouxe ao mundo.
Fez em si o parto desta mera maturidade que tenho
Do entender e negar, do viver e se apagar,
Do morrer e me acender entre os medos que as dores humanas nos postam.
Seu bisturi que te cortou é tão belo e é a essência que me move
Seu bisturi de ‘amor a vida’
Que cortou  a bolsa da minha imaturidade
E me pós na placenta do conhecimento constante de viver
Que hoje é minha maturidade.

Sinto seu abraço nas palavras que nos aproximam
E seu perfume na força das palavras declamadas.
Fez meu leito de folhas escritas em ti.
Me dê amor dos montes e dos astros.
Me afagas em tuas mãos divinas, satânicas, humanas!

És minha cura de todas moléstias que tive
E das que podem violentar este corpo, ainda.
És a cura da dor que um defunto sentiu no segundo fecundo da morte.
Minha cura humana.

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