Estou cansado de ser o sujeito que ordena o verbo
O verbo não acompanha os passos audazes
Os adjetivos amantes dos verbos se vestem de fantasma ente
meu espelho
Aprimorando-me em sujeito da ladainha de viver.
A olheira pintada no
meu rosto esta noite não é lamentação
Nem desconforto do leito que me ampara nesta vida
É de injúrias a quais me cortam a carne
E a olheira é uma cicatriz sombreada das noites em
constantes pensamentos íntimos e públicos
E o sol desperta e rouba a reflexão noturna que me lambia
no escuro.
O vento platino me deixa fresco num corpo quente
Este corpo alimenta a existência do saber
Este saber alimenta o desejo que atravessa as noites
Estas noites mal dormidas alimentam minha olheira
Esta olheira alimenta a pintura no rosto que suspirou
cansaço.
Estou cansado de ser homem dito maduro
Queria cantar como rouxinol em corpo infantil
Em espanto inerte queria admirar os astros
Em brincadeiras caladas queria voltar ao útero de mim
Em tombos queria voltar de onde vim naquele tempo único que
vivi
Em loucuras quero me sentir sempre poeta.
Estou cansado de ser,
Não, estou cansado de estar no verbo ser.
Aqui está uma mistura de sentires e sabores. Por mais cansado que esteja existirá sempre algo para admirar, algo para ser e deixar de ser. Somos uma conquista, nós próprios, é.
ResponderExcluirAh! Gostei. Se gostei! E para provar isso: juntei-me aos seguidores.
Abraço teu.
Eu que agradeço a tua companhia! :)
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