Capa - Sarau

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Sarau Equinócio de outono

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Sempre


Sempre digo, repito e inalo palavras
Numa confusão e nervosismo de dizer
De carrega-las no colo e libertar ao público
Sempre!

O sempre, esse sujeito de locução diária
Ele solta das línguas parecendo eterno
Uma metamorfose dos sonhos mais belos
E em algum segundo, o metal pesado do pesadelo

Esse mero sujeito, sempre arromba meu corpo
Como ponte a meu espírito
Me estende a outra vida inacabada e sem começar,
Nina a eternidade no peso da alma

Amizade, amores, enganos, descobertas
Poesia, o sempre é uma poesia extensa, intensa
É milhares de folhas a ser escritas, detalhadas
Nem todos amigos ou amantes dão conta de duetar tal poema juntos

Sempre desiste-se, sempre se prossegue
Sempre vive, sempre enfarta e eterniza-se
E nem sempre se lembra, nem tudo é eterno
O sujeito sempre morre, na berlinda vai o sempre.

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