Pense na primavera exata
Nas idades das flores
murchas
Catalisadas dentro da
vitrine ruga
Canto da terra onde sou
verme
Rastejo como serpentes
ambiciosas
Olhar focado na rosa
vermelha
Desprendendo-me em sangue,
cálida ferida
Dois segundos, sou o gosto
de vinho
Foco, foco, atenção, foco!
E se não invoco, eu sou
ateu?
Hoje todos têm que
invocar, sei lá
Deus, Oxum, Afrodite,
Buda, Kardec, Iansã...
Enfim, foco, o perdi.
Serei o rato sujo correndo
na vertical
Alimentando da hóstia e
das oferendas
Rindo da aristocracia
teocentral
Pois então eu prefiro ser
banal.
Banal, carnal, tropical
com pau
Brasil, eu sou assim o
foco desfocado
Têm dias que tenho foco,
outros não
Resumir-me a esse poema me
basta por hoje.
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