Capa - Sarau

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Sarau Equinócio de outono

sábado, 9 de julho de 2011

Vens

Meus versos extintos.
Minhas fagulhas sós e expostas,
minhas? não, nossas
de quando meu corpo se entrelaçava ao seu
e todo cantar era um atrevimento surdo na multidão dos anos.
Cada linha da poesia era um poro da minha pele que anseia por sua chegada.
Quando vens sobre plumas e o céu ora a ti.
Vens em transparência nua como a mim a te encontrar.
Te encontrar no altar dos versos onde minha língua paralisa
e todos versos que ela poderia elevar a ti se calam.
Minha dor é um adorno a mais
que implora por minha pulsação.
Desça do mundo tão quieto e sem atitude!
Tenha uma nova pátria de versos incansáveis e infinitos.
Não se assuste com o silêncio que é o apogeu da poesia.
O poeta cala e espera a ti,
é a ilusão do que está certo nos papéis tingidos por estas mãos magras
e é a ilusão do que me mantinha preso a nossa imaginação, do nosso sonho de uma amor.
Se quiseres podes usar desta tinta,
podes me usar, me amar!

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