Belo lar de abraço urente.
Leito aconchegante na macia líquida placenta.
Delicioso trabalho de tecer futura vida
Foi a minha estadia no útero.
Lembro que já sendo aquele feto comum.
Semelhante a outros fetos de incomuns mães.
Eu quando era feto, de fato me transparecia.
Me transparecia pelos meus antigos dedos frágeis,
Dedos estes que riscavam versos de maternidade, paternidade
e aprendizagem.
Riscava, desenhava na parede do útero desta comum mãe.
Feto que eu era que de fato feto ela foi ao útero de minha
avó.
Predestinava outro lar para mim, o mundo.
Lapidava outro leito para mim, os colos dos amores.
Descansava para outro grandioso trabalho, o de viver.
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