Prometi não escrever sobre o que me rodeia
Sobre as palavras que têm interiorizado meu sangue
Por ironia do presente estou fazendo meus dedos dançarem
no teclado
A cada passo deles vou me esvaziando de palavras
Como se meu sangue fosse escorrendo de mim pelas pontas
dos dedos
Toda essa extração de mim vai julgando uma tal arte
Lapidando minha arte vadia de ser mero humano
Ou se como meus dedos gozassem sobre o teclado
Esse prazer contínuo de transpor o meu interior gera esse
ritmo
Compulsivo, continuo a cada letra solta e a cada suspiro eu
gozo
Zureta sensação dominando poros e coordenando movimentos
Trabalho vadio e bento, transpus minhas palavras
Desta minha masturbação de me esvaziar gota a gota
Meu sêmen esboça palavras e traços no meu rosto de prazer
Agora minha mão transpira como se fosse outro corpo de
uma transa
No que me rodeia e interioriza é motivo de transar
Eu transo com as palavras a cada dia
Cada essência quando pouso meus dedos nessa dança
Dança inquieta até o ápice em que meus dedos se confortam
com a quantidade de sêmen jorrado aqui
E agora, você lê cada esperma meu, essa dose é uma gota
de mim
Minhas gotas são infindas enquanto minha ereção permitir
Até minha voz ficar roca de tanto gemer ao declamar
minhas gotas em folhas
Minhas gotas tatuadas no corpo
Até que as compulsivas palavras me tirem todo o ar
E pela morte eu não possa mais gozar.
eis tão mestre fazendo isso. vês a qualidade literária aqui feita? a valorização de algo simplesmente tido como vulgarizado... faz vigorar a arte, a beleza, a emoção. vês tb ao que escrevo, companheiro? ficarei grata. parabéns.
ResponderExcluirQuantas vezes quis eu ser mais forte que a necessidade de escrever? Sobre o prazer tido das histórias vincadas numa página velha de cheiro a mofo, conhecida, que contrastasse com o que sinto de tão diferente...
ResponderExcluirE aqui, as palavras escritas, são sentidas por mim, que te leio, meu amigo, e que te sinto.
Um abraço e que a inspiração continue a ser tintas que utilizas para pintar!
Bonito :)
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