Capa - Sarau

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Sarau Equinócio de outono

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Útero V


Deitado no colo materno quente de humanidade
Respirei sobre tua pele de infinito amor
E reconheci o cheiro da infância escondido em mim
Entre carinhos espontâneos de suas mãos
Entre inspirações do seu olhar castanho

Retornei ao útero da minha mãe
Estagnei, penetrei, renasci em ti
Voltei a respirar e energizar pela placenta
De lá assistir minha vida até aqui
As imagens me pariram de uma vez

Me vi, me senti, me reconheci no dia de hoje
Desse circulo respirei cada momento vivido
Desse ciclo entendi cada traço em mim
Entendi cada virgula que para minha fala
Percebi o quanto sou feliz, ó amor maternal

Toquei as paredes de mim tão vibrantes
Arranhei a bolsa que me envolvia
Num sufoco dantesco rasguei aquela porta humana
Sai entre a carne, entre as partículas do mundo
Entre o chamado da vida para ser poeta.

2 comentários:

  1. Voltar a mãe, ao ninho encantado sem encanto...que coisa bela!!
    Gostaria de saber o que te fez lá voltar, a saudade?

    Gostei muito!
    Pensando com Arte.

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    Respostas
    1. Não a saudade, mas uma integração com ela mais forte do que o habitual do cotidiano.

      Obrigado pelo carinho!

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