Elis

E teu canto inebria todo o céu

Todo mundo em mim cantarolou como brincadeira de roda

Chovia e ao longe ouvia-se um trovão, um susto na mata

E eram fascinantes os contornos de sua voz

Teu canto lhe rasgou a alma

Despiu sua condição humana e material

E os brilhos de seus olhos rolaram num sorriso

Até a fúria de um samba em revolução

Formosa entre as damas de uma enorme festa

Um uísque em suas mãos e a imensidão do seu som

Da voz eloquente que voa ao delírio

E depois de uma confusão, tudo fica suave

Poemas movidos entre seus lábios

Docemente lapidam a paisagem da vida

Carinhosamente fixam melodias no verbo imperativo

Arduamente tocam toda minha matéria e cada energia em mim

És fascinação entre as flores, és Elis.