Procissão para o próximo ano e nesse presente sinto as fragrâncias desse ano volvendo meu corpo, lembranças e agonias que se tornam polos em mim, direcionando minhas cargas em cada passo e movimento.
Num suspiro contra o vento fez-se fogo e a sentinela estava armada no meu sangue, pulsava pela minha vida fugaz e lá meus pelos arrepiados eram armas aos lábios que me beijavam, que experimentaram de minha essência.
Olhava por entre o calendário como se esperasse um encontro determinante, como se a morte fosse desfragmentar minha existência, era apenas o fim de folhas de mim que se aproximava para que nascessem novas árvores de mim e que essas fossem extraídas para novas folhas do meu livro.
Apertava minha adaga como se fosse ferir minha mão onde batucava os sons de um coração involuntário, invariável, monótono na sua atividade de ser o todo.
Tudo que me move é parte ou extensão de mim, minhas raízes cravadas nas minhas ações penetram olhares, carnes, chãos e horizontes inalcançáveis, e as vezes com grande inspiração penetra-me a alma e espelha um sorriso em outras como se aquilo fosse a criação de um mundo explodindo vida e colidindo amor em cada ato que minha alma implora a mim.
Fiz de doces o azedo do fruto, do fruto fiz meditação do tempo inócuo, no tempo pude ser poeta, humano, amante, filho e amigo e assim ser doce. Caros, pude ser palavras. Alguns me ouviram ou leram, me sentiram e enquanto em mim a vida arder serei o fruto ou a rosa a cativar o ambiente que habito. É um hábito ser assim, constâncias de verbos e atos com o todo de mim.
Aqui sou frases encorpadas de poesia.
Transpiras poesia, querido Luiz.
ResponderExcluirSempre me maravilho aqui.
Felizes entradas em 2015!
Abraço.