Tua rosa vermelha
sangrou-me o peito na inapetência da manhã
Rogando um carinho como
esmola dos deuses
Em toda sua cor escarlate,
cálida e murcha de cansaço
Trazias em teu semblante o
adeus e foram meus olhos a tua câmera
Que te filmava, flagrava,
capitava, recapitulava teus gestos
Singelos riscos de seus
dedos no ar navegados no sol
No meio da tarde te
recompunhas, se ajeitava
Acomodava tua cueca, botas
e teu óculos escuro
Te vasculhava com meus
olhos de caricia, te esperando
Te esperando no futuro
nessa mesma cama
Ainda com o gosto do seu suor
embriagado na minha saliva
Lambo o restante do gosto
do nosso sexo em mim
Teus pelos, as pétalas
caídas no meu jardim
Segurava no seu caule como
se toda vida de ti estivesse ali
Mas, muito mais do que
minha câmera podia alcançar
Eu podia te mapear
Poderia te prender, mas as
asas dos pássaros me fascinam e tua liberdade queria assistir
Levanto desses lençóis,
derrubo o vinho que bebias e mancho o lençol branco
Apenas coloro desse
momento a firme lembrança cinematográfica
Aqui te arquivo e manipulo
as palavras a ti
Faço de ti a fragrância
sem fim
E sem ti, tento manter a
vida do meu jardim.
Maravilhosa cor, escarlate. Maravilhoso jardim, tão próprio, tão cheio de bons sentimentos.
ResponderExcluirAbraço.