Bem-vindo ao cabaré!
Onde virgens cantam poesia
Perdem os pecados e se
tornam santas
Homens que se ajoelham a
elas
Imploram por seus corpos
Por suas benções, seus
cálices.
E aquela ali fala
baixinho:
“Bem-vindo meu caro,
Aqui jaz o esquecimento da
sua família
Aqui jaz a solução dos
números do seu escritório
Aqui jaz seu vale de
prazer
Quando retornares ao seu
lar, esqueça esse mundo
Me esqueça e ame sua
esposa”
Ela dança como o vento
Se ergue no palco como um
cisne.
E aquela outra comunica
com olhos
Olhar penetrante, sincero
e incomodo
Estuda cada movimento e
cobiça cada nota
Põe ao canto quem a ela se
reparte
Ela com um aceno despi
aquele homem
Se diverte com tudo isso,
Pois teu olhar tem o ato
de contrair sua vitória.
Pois teu olhar contrai de
si o abandono do amado.
Diz a rainha do espaço com
seus cabelos de noite
E sua voz de acaso:
“Denigrimos as leis
estúpidas
Denigrimos, antes que nos
matem sobre proteção
Denigrimos nossos corpos,
antes que sejamos impedidas de senti-lo
Denigrimos suas carteiras,
antes que nos falte o que comer
Denigrimos através da
porta, o âmbito e a sociedade
Antes de tudo, fechamos
para o mundo nossa arte
Nossa liberdade, nossos
sentimentos e nossos amores
Antes que nos arranquem os
filhos, o útero e nossas lembranças
Aqui somos mulheres
séculos a frente de nossas mães”
“Dizem que somos espíritos
sujos,
Sinto cada dia a elevação
Me elevo ao supremo,
Reencarnei uma vida após
entrar por essa porta,
Aquela antiga vida, acho
que a esqueci
Lá já não me pertencia e
aqui exerço minha arte,
Aqui, sou poeta puritana”
Bem-vindos aonde tudo é um
Ao mundo que os olhos da
Terra não enxergam
Naufraguem nesses corpos e
descobrirás que o reino daqui é maior que um cabaré.
Bebam o vinho em taças e
nos corpos
Bem-vindos ao cabaré
Bem-vindos aos gozos da
trindade
Ao cálice das damas
desposadas
Bem-vindos ao cabaré das
suas mentes,
Onde tudo é criado,
sentido e gozado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário