Capa - Sarau

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Sarau Equinócio de outono

sábado, 3 de maio de 2014

Vírus

Enamorados da vida, cuidado!
O vírus se espalhou sobre todo o manto da terra.
No cetim do mundo foram desvendados segredos
E hoje pela renda todos suspiram prazer.

O amor perambulou nas organelas de nossas células
E agora está nos tecendo, se procriando metodicamente.
Mitose, meiose, simbiose e me lembra da minha overdose
Assumo minha doença, amor, de mala e cunha não quero me curar.

Vírus do amor vem sugando o restante de vida latente em mim
Dia a dia, aniquilando o que um dia eu fui,
O homem que julgavam seco e sem sentimentos
E lá está ele no esquecimento da minha estória.

Carmas do tempo, onde se perderam?
Foi ingrata beleza ou faíscas da sabedoria
E as feridas latentes da alma sumiram
Sentiram que falo de nada? De amor?

Amor, meu oráculo, guie-me nas minhas artérias
Estou cego perante minha paixão rubra
E meus passos tem tomado forma de ballet
Os reflexos do meu amado refletem em mim.

Calem-se, assumo minha overdose.

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