Quem são essas palavras
inacabadas nos seus lábios que insistem em lamber minha carne depois da sua
mordida carinhosa
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O que são as palavras não
terminadas, as conversas mal acabadas?
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O que são esses términos
inacabados de tantas possibilidades dos fim que não chegaram existir?
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Eu me assusto com as vidas
dos pontos finais que não tiveram tinta o suficiente para ser escritas
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Olho no fundo da xícara os
traços do café habitado ali a cada manhã, no despertar dos nossos olhos em
calmo bom dia
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E nesse fundo percebo que os
pontos finais foram engolidos em gotas de um amado amargo de café
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E que todas palavras que se
expandiram na minha mente em pensamento foi metabolizando o café ingerido por
mim para que me manter acordado para suspender os pontos finais que não
chegaram a ser escritos, nem pela cor de um café
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Quem é esse que me doma em
espanto e espasmo da minha existência cotidiana e corrida de tentar ser apenas
um ponto final suspenso?
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